"ENTREGUEM GAZA AOS EUA": PROPOSTA DE TRUMP DESUMANIZA E PÕE EM CHEQUE SOBERANIA PALESTINA
Com apoio de Israel, Trump sugere que os EUA assumam o controle de Gaza após os combates e propõe reassentamento forçado de palestinos, gerando condenação global e alertas sobre violação do direito internacional

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a causar polêmica ao afirmar que a Faixa de Gaza será entregue aos EUA por Israel ao fim dos combates. A declaração foi feita na terça-feira (4) durante uma reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca. Segundo Trump, os palestinos que vivem no território ocupado seriam "reassentados em comunidades muito mais seguras e bonitas", sem apresentar detalhes sobre o plano. “Agora, eu vi todas as fotos de todos os ângulos, melhor do que se eu estivesse lá. E ninguém pode viver lá”, disse o presidente boçal.
A proposta gerou indignação internacional e foi vista como uma ameaça à soberania palestina e uma violação do direito internacional. O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, ressaltou na quarta-feira (5) que a "transferência ou deportação forçada de pessoas de um território ocupado é estritamente proibida". Países como Egito e Jordânia condenaram a sugestão de reassentamento, enquanto a Turquia afirmou que a ideia era inaceitável.
Netanyahu, que enfrenta um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra, reforçou a posição de que a guerra contra o Hamas continuará até a erradicação do grupo e a libertação de reféns. Ele não descartou novas ofensivas contra o Hezbollah e o Irã, aumentando as tensões na região. Em sua declaração, o premiê israelense não mencionou a proposta de Trump, mas reiterou que "terminaremos a guerra vencendo a guerra".
A proposta de Trump também recebeu críticas do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista às rádios Itatiaia, Mundo Melhor e BandNewsFM BH, Lula questionou a intenção dos EUA de ocupar Gaza e expulsar os palestinos. "É uma coisa praticamente incompreensível para qualquer ser humano. Os palestinos vão para onde?", disse o presidente. Ele ainda classificou a situação como um genocídio e afirmou que "quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos", destacando a necessidade de reconstrução do território.
A comunidade internacional segue atenta aos desdobramentos da crise. Enquanto isso, Trump insiste que "não seriam necessários soldados americanos" para manter o controle de Gaza, apostando na narrativa de que a medida traria estabilidade para a região. No entanto, analistas alertam para o risco de uma escalada no conflito e um aumento da resistência palestina contra qualquer tentativa de deslocamento forçado.
Fontes: Brasil de Fato, CNN
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