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COM QUESTIONAMENTOS E PERSPECTIVAS PARA O FUTURO DA JUVENTUDE NEGRA, IFMC PARTICIPA ATIVAMENTE DA 7ª REUNIÃO DO CMJ

O Instituto Formando Mentes Coletivas esteve presente em peso na última atividade extraordinária do Conselho Municipal da Juventude, na última segunda-feira (15)

COM QUESTIONAMENTOS E PERSPECTIVAS PARA O FUTURO DA JUVENTUDE NEGRA, IFMC PARTICIPA ATIVAMENTE DA 7ª REUNIÃO DO CMJ
COM QUESTIONAMENTOS E PERSPECTIVAS PARA O FUTURO DA JUVENTUDE NEGRA, IFMC PARTICIPA ATIVAMENTE DA 7ª REUNIÃO DO CMJ (Foto: Reprodução)

Na semana passada, segunda-feira, (15), o Instituto Formando Mentes Coletivas (IFMC) marcou presença de forma significativa na 7ª Reunião Extraordinária do Conselho Municipal da Juventude - Capacitação e Roda de Conversa. O evento, que ocorreu no auditório do antigo prédio da CPFL em Bauru, reuniu representantes de diversas instituições e jovens engajados, proporcionando um espaço para discussões sobre políticas públicas voltadas para a juventude.

A reunião foi organizada pelo Conselho Municipal de Juventude que tem Andrezza Marques em sua coordenação, sendo essa a sua primeira gestão em 9 anos na cidade - Desde 2004, acontecem tentativas de fundar e oficializar o Conselho, o que só aconteceu em 2023, com a eleição dos conselheiros e coordenação da entidade. 

O CMJ tem contribuído no diálogo entre a administração pública e a juventude de toda a cidade, criando um espaço seguro com a possibilidade de jovens negros, lgbtqiapn+, das periferias, estudantes, usuários dos serviços de assistência social e saúde pública a relatarem suas experiências e contribuições, colaborando no processo de controle social e democrático. 

Participação do IFMC:

O IFMC, reconhecido por seu compromisso e atuação ativa na promoção da cultura, cidadania e empoderamento dos jovens, sobretudo pretos e periféricos, teve um importante papel durante a reunião, composta majoritariamente por pessoas brancas: o de questionar a manutenção de ideais e ações que propõe o contínuo status quo da população vulnerável. 

Com destaque para as falas de Kahena Bizzotto, coordenadora e co-fundadora do Instituto e Igor Fernandes co-fundador, seus representantes contribuíram com visões inovadoras e propostas concretas para enfrentar os desafios enfrentados pela juventude local. 

“Quantos de vocês têm dados sobre as famílias negras que são atendidas nas suas entidades? Quantos jovens negros foram bem tratados para voltar a procurar a assistência oferecida nos serviços?”, indagou Kahena às assistentes sociais e outros profissionais ligados à serviços do município, como as OSC’s Legião Mirim e CIPS e a República de Jovens, Serviço de Acolhimento Institucional de Bauru.

IIgor Fernandes apontou para a problemática das OSC’s que em sua maioria trabalham principalmente com programas de preparação para o 1º Emprego, muitas vezes sem oferecer uma formação cidadã e transversal. “Além de serem entidades ligadas à Igrejas (Espíritas, Católicas e Evangélicas), a maioria delas não está preocupada com a formação crítica, cidadã ou política dos nossos jovens, mas sim com a formação de trabalhadores para o telemarketing, apenas mão de obra”, declarou.


Conforme relatado na reunião, a própria República para Jovens municipal, inaugurada em dezembro de 2023, tem apenas 6 vagas, às quais os profissionais do serviço têm dificuldade em manter preenchidas. A Diretora do Departamento de Proteção Especial da Sebes, afirmou que há jovens que preferem ficar na rua do que viver na república, serviço ofertado pelo município de Bauru: “Muitos deles não querem responsabilidades como lavar sua própria roupa, além de vários outros não quererem deixar de usar drogas para fazerem uso do serviço”, declarou. 

A coordenadora do CMJ e co-fundadora do IFMC, Andrezza Marques questionou a diretora, Rose Orlato, sobre a política de Redução de Danos dentro da casa de acolhimento, como ponto a ser trabalhado indo na contramão do proibicionismo, ao que ela respondeu não expulsar ou barrar a moradia de jovens da república que fazem uso de substâncias químicas, apenas não ser permitido o uso dentro das imediações do imóvel. Ela ainda se disse aberta à trabalhar com novas propostas para implementar na República, como ações integradas na área da RD, ideia reforçada por Alicia Miatto, psicóloga, redutora de danos do coletivo Bem Te Vi RD e conselheira nos Conselhos Municipais sobre Álcool e Outras Drogas e de Juventude. 

Destaque para Propostas:

Durante o evento, o IFMC destacou a importância de iniciativas que visam não só a capacitação profissional e o acesso à educação de qualidade para os jovens, mas o acesso à cidade, iniciativas de lazer e um manual de trato antirracista para os jovens em situação de vulnerabilidade e suas famílias, direcionado sobretudo ao poder público, indo de encontro com o enfrentamento da ideologia meritocrática de direita - como a encabeçada pela atual gestão bauruense.

Apesar de a maioria das profissionais e assistentes sociais não ficar na reunião para ouvir as propostas e questões do público, como o caso das falas de Igor e Kahena, que só aconteceram no final do debate, ainda foram pontuadas a necessidade de programas de inclusão social e de políticas públicas de saúde mental eficazes. “Não é mérito cuidar de 3 pessoas de gerações diferentes da mesma família e a assistência social precisa entender isso. O serviço social não é caridade, é necessário que se emancipe as gerações futuras das famílias, principalmente negras, para que elas saiam dessa situação”, falou Igor. 


Impacto Esperado:

Os integrantes do IFMC e também conselheiros da juventude, Victor Thiago (Nunk), Vinicius Pereira e Andrews Ribeiro (Bronca), bem como o Conselheiro Tutelar Suplente e integrante do IFMC Vinão Mandinga, além de Kahena, Igor e Andrezza tiveram o impacto esperado na 7ª Reunião Extraordinária do Conselho Municipal da Juventude.

Não só espera-se que as propostas e as questões apresentadas pelos membros do Instituto contribuam para a construção de um ambiente mais inclusivo e favorável ao crescimento e desenvolvimento da juventude bauruense, como o IFMC reitera o seu comprometimento em levar o conhecimento e o acesso às políticas públicas a cada vez mais pessoas.


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