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TIAGO COELHO: PRO MUNDO, PRA VIDA

Confira reportagem sobre trajetória do repórter e roteirista, que pauta seu trabalho e identidade na questão racial; A reportagem é a 1ª de uma série sobre jornalistas negros, produzidas por alunos do 4º ano de jornalismo da Unesp Bauru para a disciplina de Cultura e Comunicação, ministrada por Kahena Bizzotto

TIAGO COELHO: PRO MUNDO, PRA VIDA
TIAGO COELHO: PRO MUNDO, PRA VIDA (Foto: Reprodução)

Tiago Coelho é um repórter e roteirista conhecido pelo seu trabalho na Revista Piauí e pelo filme "Madalena" (2021). Ele é formado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Em entrevista exclusiva, Coelho revela que ingressou no curso de jornalismo por gostar de narrar histórias e se conectar com o mundo. “Desde criança, as coisas que aconteciam no mundo me despertavam interesse e curiosidade: guerras, movimentos culturais, fenômenos sociais. Sem contar que sempre fui tímido. Então, o jornalismo era uma maneira de ir pro mundo, pra vida”, diz o jornalista.


A carreira de Coelho começou ainda na faculdade, num estágio na PUC-Rio. Enquanto graduando, ele também fez estágio no Observatório da Imprensa, organização em que, mais tarde, foi efetivado como assistente de produção. Seu último estágio foi na Revista Piauí, empresa na qual ele assumiu a função de repórter e construiu carreira. Em 2015, no último ano da graduação, Tiago Coelho roteirizou o curtametragem “Chico” (2015), vencedor na categoria Melhor Direção no Festival de Brasília e no Prêmio Canal Brasil. O curta traz um futuro distópico no qual crianças pobres, negras e faveladas têm suas vidas rastreadas devido à ideia de que é inevitável que elas entrem para o crime. Como roteirista, Coelho também trabalhou no longa-metragem “Madalena”, que recebeu o Prêmio de Melhor Primeiro Filme e Melhor Roteiro no 25º Festival de Cine de Lima PUCP em 2021.


O longa conta a história de três jovens que têm suas vidas conectadas por conta do desaparecimento de Madalena, uma mulher trans. A proposta do filme é refletir sobre a violência contra a população LGBTQIAP+ no Brasil. Na Revista Piauí, veículo conhecido pelo jornalismo investigativo e literário, Tiago Coelho explora temas de relevância social, política e cultural. Entre suas matérias de destaque estão: “Xuxa está em paz”; “João Emanuel Carneiro, o transgressor”; e “Tempo perdido: jovens relatam o que passaram durante o governo Bolsonaro”. As produções assinadas por Coelho tendem a tratar de questões raciais. Em 2022, o jornalista foi convidado para evento no campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp).


Na mesa “Minorias e diversidade nas redações”, ele afirmou: “a questão racial no país é um tema que percorre o meu trabalho como repórter e diz sobre a minha identidade”. Alguns exemplos de pautas raciais desenvolvidas por Coelho são: “A dependência: as histórias de mulheres e seus filhos que lutaram para sair do quarto de empregada” e “Uma abolicionista no Brasil: Angela Davis e sua luta pela extinção total das prisões do mundo”. Na visita a Unesp/Bauru, Tiago Coelho também abordou sobre a desigualdade racial no ambiente jornalístico: “essa relação racial em redações passa por uma questão elitista, que é preciso ser revista”. Como maiores referências na profissão, o repórter designa João do Rio, Lima Barreto, Machado de Assis, Ta-Nehisi Coates e Fabiana Moraes.



Texto por: Ana Beatriz Diogo Rodrigues Ana Beatriz Nogueira de Paula Ana Clara Archanjo de Souza Juliana Romano Gottardi de Moraes Luize D’Alessandro de Paula

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