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HISTÓRICO: MÔNICA SEIXAS E IFMC RECONHECEM, PELA PRIMEIRA VEZ NA ALESP, CONTRIBUIÇÃO DA CULTURA HIP-HOP; EVENTO ACONTECEU NA ÚLTIMA TERÇA, (13)

Assembleia Legislativa homenageia Karol Conká, KlJay, Tássia Reis, Afrekássia e batalhas em sessão solene ao Hip-Hop

HISTÓRICO: MÔNICA SEIXAS E IFMC RECONHECEM, PELA PRIMEIRA VEZ NA ALESP, CONTRIBUIÇÃO DA CULTURA HIP-HOP; EVENTO ACONTECEU NA ÚLTIMA TERÇA, (13)
HISTÓRICO: MÔNICA SEIXAS E IFMC RECONHECEM, PELA PRIMEIRA VEZ NA ALESP, CONTRIBUIÇÃO DA CULTURA HIP-HOP; EVENTO ACONTECEU NA ÚLTIMA TERÇA, (13) (Foto: Reprodução)

Em homenagem ao dia nacional do Hip-Hop (11/08) e de quem constroi a cultura e a mantém viva, a deputada estadual Monica Seixas levou o HIp-Hop para a Assembleia Legislativa. O evento “Hip-Hop o ano todo”, realizado na última terça-feira, 13 de agosto, exaltou personalidades do Hip-Hop do Estado de São Paulo.


De batalhas de rimas a grandes nomes do Hip Hop como KL Jay, do grupo Racionais MC’s,  uma festa de homenagem marcou a sessão solene onde todos os 5 elementos do Hip-Hop estiveram presentes: DJ, MC, Graffiti, Breaking Conhecimento, dando protagonismo às batalhas de rima - perseguidas por violência estatal e muitas com dificuldade de resistir nas  praças e ruas de SP - e às mulheres. 


Em uma terça-feira de votações na Assembleia Legislativa de São Paulo, o tradicional cenário de ternos cinzas e ambiente formal foi transformado. Dreads, cores vibrantes, colares, grafites e rimas tomaram o lugar, trazendo uma nova energia ao plenário.


O evento homenageou nomes importantes como, Tássia Reis, Afrekassia, Karol Conka e AJuliaCosta, além de coletivos de batalhas de rima, como a Batalha da Aldeia, Batalha da Matrix, Batalha do Rasi, Batalha da Dominação, Batalha da LED, Batalha do Grau, Slam Antiracista, e outras pessoas que ajudam a manter a cultura Hip-Hop de pé, como as produtoras Lalu, responsável por diversas batalhas de Rima pelo Estado, RPretas, que coordenam diversos eventos culturais, como festivais e shows e a Neire Bento, coordenadora do Centro Cultural São Paulo. Breaking, DJ e Grafitte também foram homenageados nas figuras da B-girl DebKilla, do DJ Tayan e da DJ Luana Hanse e das grafiteiras Mari Monteiro e Soberana Ziza.


“Apesar da imensa contribuição do Hip-Hop para cultura e identidade de SP, essa expressão cultural, como todas as demais culturas essencialmente negras, são perseguidas pelo próprio estado. Enquanto as rimas aproximam jovens periféricos do desejo de escrever e ler, enquanto os grandes MCs e Rappers fazem crianças negras sonharem, as batalhas continuam a receber repressão policial e nenhum fomento. O Rap salvou minha vida e de muita gente que eu conheço. Hoje trago o devido agradecimento a um movimento essencialmente político e acho que eventos assim aproximam o povo da Assembleia. A casa do povo reconheceu  um movimento cultural legítimo do povo! ” declarou Monica Seixas, Deputada estadual.


Segundo Kahena Bizzotto, uma das organizadoras e coordenadora do Instituto Formando Mentes Coletiva (IFMC), a ideia do evento é realmente homenagear pessoas que transportam conhecimento e fortalecem a cultura das mais diferentes formas, mas geralmente não são tão vistas ou lembradas pelo público, muitas pessoas estão por trás, e na maioria das vezes são mulheres pouco reconhecidas. Por isso organizamos esse evento para dar a devida homenagem a essas pessoas que carregam o conhecimento e distribuem por meio da cultura.


Entre os homenageados, a produtora Nerie Bento afirmou que a homenagem reconheceu o trabalho e a importância dessas pessoas. É legitimar os corpos que muitas vezes não são vistos e que contribuem para a evolução dessa cultura, renovando as esperanças, tendo ênfase maior vindo de uma deputada estadual negra.

KL Jay um dos integrantes do maior grupo de RAP nacional, Racionais MCs, agradeceu à deputada Monica Seixas e ressaltou em seu discurso que a cultura do Hip-Hop pode salvar e dar voz a muitas pessoas, através dos 4 elementos, e exaltou as mulheres, principalmente as que estão no RAP, fazendo acontecer, mesmo com todas as dificuldades.


O Hip-Hop é um movimento que teve seu início na década de 1970, nas periferias de New York, quando o DJ Kool Herc, inspirado pelos sound systems e querendo inovar nas festas decidiu tocar apenas o instrumental das músicas de funk, soul e disco, enquanto os B-boys e B-girls dançavam, e um MC fazia rimas pra animar os convidados. Porém a nomenclatura Hip-Hop só veio em novembro de 1973, após uma reunião com todas as gangues da cidade onde foi selada a paz e a resolução dos problemas com batalhas de break ou de rima, exigindo que os adeptos espalhassem conhecimento não violência. No Brasil o movimento cultural chegou nos início dos anos 1980, especificamente no centro de São Paulo, onde ganhou força antes de se espalhar pelo país.


Em nome do Instituto Formando Mentes Coletivas, Kahena também agradeceu a parceria e colaboração do Indisce Bauru, (Instituto Nacional de Desenvolvimento e Integração Social, Cultural e Educacional), na viabilização do evento. 

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