PERSEGUIÇÃO POLÍTICA? AMEAÇA EM VIA PÚBLICA: “VOU PEGAR VOCÊ” E “ESTOU JURANDO VOCÊ” GRITOU O FUNCIONÁRIO DA CAMPANHA DE SUÉLLEN ROSIM. ENTENDA O CASO:
Caso grave acontece nessa segunda-feira (23/09/24)
Na última segunda-feira, 23 de setembro, tivemos mais um jovem negro ameaçado. O episódio envolveu o conselheiro municipal do Conselho Municipal da Comunidade Negra - CMCN, atual coordenador do Conselho de Juventude - CMJ que atua como artista e produtor cultural em um coletivo independente Formando Mentes Coletivas FMC, é professor e militante do Partido Socialismo e Liberdade - PSOL.
O caso envolveu também um autodeclarado funcionário de campanha da candidata a prefeita Suellen Rosim e gerou tensão nas ruas de Bauru. O conselheiro, que não estava em exercício no momento, mas atuava como professor em uma instituição privada, foi abordado de forma agressiva enquanto conversava com um segurança conhecido. O agressor proferiu ameaças como "estou jurando você" e "vou pegar você".
Relato presente no Boletim de Ocorrências:
No dia 23/09/2024, por volta de 10h15, em frente ao Senac Bauru (local de trabalho de ………), o sujeito posteriormente reconhecido como ………estava pilotando uma perua kombi (placa DHZ 0J41) com adesivos e bandeiras da Prefeita de Bauru e candidata à reeleição Suéllen Rosim. Ao colocarem uma bandeira em frente à entrada do Senac, o segurança disse que precisaria comunicar a direção da unidade escolar para saber se aquilo seria permitido. Enquanto se comunicava no celular com a direção, estava em seu horário de intervalo do trabalho, do outro lado da rua, observando a situação, sem qualquer tipo de interferência ou manifestação. Ao atravessar a rua para retornar ao trabalho, achou que é quem estaria dando a ordem para remover a bandeira, iniciando então constantes agressões verbais direcionadas à , envolvendo questões como a qualidade de sua formação e atuação profissional. Dezenas de colegas de trabalho e alunos de estavam ao redor e testemunharam a agressividade crescente de Foi quando então toca o peito de e inicia as ameaças, dizendo que o mesmo estaria "jurado", termo popularmente usado entre criminosos para se referir à ameaça de morte. foi embora e foi acolhido pelos colegas de trabalho e ao jurídico da empresa, que o orientaram a fazer este Boletim de Ocorrência”
Confira:
O conselheiro relatou que várias pessoas presenciaram a cena, que rapidamente se tornou preocupante devido à possível natureza das ameaças. Também informou que Suellen Rosim, quem contratou a pessoa em sua campanha política, entrou em contato horas depois do acontecido para se desculpar e informar que o funcionário havia sido demitido. Porém, o medo já havia sido instaurado.
Foi identificado também que a placa da van presente no local está registrada em nome de uma empresa privada de Bauru.
O caso se torna grave a partir de falas: “vou jurar você” e “vou pegar você” que podem ser entendidas como uma possível ameaça de tirar a vida da outra pessoa, já que esse termo é popularmente utilizado para tais fins, esperamos que as medidas judiciais sejam tomadas para que se chegue a uma compreensão jurídica.
Este não é o primeiro episódio de perseguição de pessoas vinculadas à Suellen Rosim enfrentado pelo conselheiro. Há menos de 6 meses, ele já havia sido alvo de uma denúncia por suposta desobediência a funcionário público, originada de uma funcionária comissionada de Suellen Rosim, após conselheiro questionar a aplicação da Lei Paulo Gustavo em discussões dentro do conselho municipal da comunidade negra - CMCN. Essa denúncia foi posteriormente arquivada pelo Ministério Público e não se tornou um processo, mas ressaltou um ambiente de tensão política. Tal fato foi noticiado, link após a matéria.
Analisamos que o caso de Bauru está em um contexto mais amplo de violência política no Brasil, que tem se intensificado, especialmente entre apoiadores de figuras como Jair Bolsonaro. Um exemplo notório foi o ataque proferido pela deputada Carla Zambelli (PL) nas eleições de 2022, quando ela foi flagrada em um momento de confronto em São Paulo, apontando uma arma e perseguindo um manifestante negro. Esse episódio gerou indignação, debate e processos jurídicos sobre a escalada de violência política que compromete o debate democrático, porém Carla Zambrlli apenas teve sua arma apreendida e seu segurança pagou a fiança de um salário mínimo e ainda processou a vítima por difamação após divulgação de uma matéria feita pela vítima expondo o caso.
O nome de Suellen Rosim está vinculado a outro caso que está sendo investigado e envolve o hakeamento das redes sociais da Vereadora de Bauru Estela Almagro PT e o jornalista Nelson Itaberá que ficou conhecido na cidade como “CEI dos ataques hacker” e segue em investigação.
Além disso, em São Paulo também tivemos outros exemplos de agressões verbais e provocações com mulheres negras em caminhadas, como ocorreu com Mônica Seixas do Movimento Pretas do PSOL em 2022. Outro exemplo foram as ameaças de morte em Bauru dirigidas à candidata a deputada federal Tete Oliveira do PSOL e sua equipe que estavam dentro de um veículo em frente ao ilegal acampamento de apoiadores de Jair Bolsonaro em frente a unidade do Exército em Bauru em janeiro de 2023, os casos que parecem por acaso trazem uma preocupação crescente com a segurança da população. Fica nítida a perseguição e violência política proferida por um lado que defende a repressão, governos e escolas militarizadas e a falta de direitos sociais, lado pelo qual Suellen Rosim tem se associado nos últimos 4 anos.
Esses episódios têm chamado a atenção de organizações de direitos humanos e grupos que defendem a democracia, ressaltando a necessidade urgente de proteção e respeito nas discussões políticas e temendo pela vida daqueles que se posicionam politicamente.
As autoridades estão sendo informadas sobre a situação em Bauru, e muitos esperam que medidas sejam tomadas para garantir a segurança de todos os cidadãos e promover um ambiente de respeito nas discussões políticas e democráticas.
A comunidade de Bauru agora observa atentamente os desdobramentos deste caso, que evidencia as tensões que podem surgir em períodos eleitorais e a necessidade de um espaço seguro para a discussão de ideias e opiniões.Por fim, questionamos: quem acolhe as vítimas? Quais ações temos tido para que esse tipo de violência pare de acontecer? Nossa população está segura nas ruas de Bauru?
https://www.fmc-comunica.com.br/news/view/53-vitoria-do-movimento-social-em-meio-a-polemica-da-lpg-em-bauru-funcionaria-com-cargo-de-confianca-da-prefeitura-tenta-processar-produtor-cultural-do-ifmc-e-perde-entenda
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