EDITORA MIREVEJA CELEBRA 5 ANOS COM EVENTO QUE UNE LITERATURA, MÚSICA E DANÇA
Com mais de 50 títulos publicados, editora bauruense possui catálogo com obras que valorizam a cultura bauruense e são referência nacional
“São cinco anos de existência, de resistência, de insistência, mas também de excelência”, afirma o jornalista e editor João Correia Filho, fundador da editora bauruense Mireveja, que tem se destacado no mercado editorial pela qualidade de suas publicações. Formado em jornalismo pela Unesp Bauru nos anos 1990, João possui uma longa trajetória no mercado editorial (autor de 6 livros, foi ganhador do Prêmio Jabuti em 2012) e, em 2019, resolveu abrir sua própria editora. Desde então publicou mais de 50 títulos nas áreas de literatura, jornalismo, divulgação científica, livros para a infância, psicologia, educação, memória, fotografia e dramaturgia.
Para comemorar os 5 anos de atividade, a editora realiza na próxima terça-feira, dia 17 de dezembro, a partir das 19h, uma festa que reúne artistas de diversas áreas num grande sarau com literatura, música, teatro, dança e outras linguagens. Para João Correia Filho, a ideia é celebrar as parcerias que se formaram em torno da editora e que envolvem várias iniciativas. “O bonito disso tudo é ver que mesmo sendo uma editora pequena e independente, localizada no interior do estado, a Mireveja tem criado uma grande rede, uma teia que torna tudo mais forte. Sobrevivemos por causa disso”, completa. A festa será realizada no Espaço Coletivo Vila (rua Antonio Alves, 15-16 – Centro- Bauru), que tem sido parceiro e palco de atividades da editora e de outros coletivos culturais da cidade.
O evento conta com convidados especiais, como o Cevadas literárias, Grupo Expressão Poética, Sarau sem Lei, Sarau do Viaduto, Elas – Clube do Livro, Kaya Companhia de Dança, Estudio Criasom, Camjazz e a participação de Patrícia Lima, bauruense ganhadora do Prêmio Sesc 2024, que lerá trechos do seu novo livro. A produção é da Alumia Criativa em parceria com o Espaço Coletivo Vila. Também haverá venda de livros da editora com preço promocional.
Antenas e raízes
Com os olhos em Bauru e no mundo, a Mireveja tem dado grande destaque para autores e temas da cidade, sem perder a visão do mercado editorial nacional e internacional. “Costumo dizer que temos raízes e antenas, buscando valorizar a cultura e a história locais, mas mantendo a conexão com o que se produz fora daqui, trazendo autores contemporâneos que agregam ao nosso catálogo”, diz o editor. Ele destaca também que hoje a editora distribui seus títulos para todo território nacional e muitos deles fazem parte de bibliografias de universidades importantes em todo país.
Entre os livros publicados pela Mireveja nesses 5 anos estão, por exemplo, o romance “Agosto de 76”, de Diego Peraçoli, inspirado na explosão da Nações Unidas em 1976; nomes conhecidos como Paulo Neves, grande diretor de teatro que publicou sua autobiografia “Palco de Memória”; livros de historiadores como Edson Fernandes; livros de ficção, como “O fim e o começo”, do escritor e membro da Academia Bauruense de Letras, Bruno Sanches; e duas coletâneas – uma com 21 escritoras da cidade (“O vazio não está nem quando é silêncio – Vozes Femininas na Literatura”) e outro com 26 artistas da periferia da cidade (“Palavras de Concreto Armado – Vozes Periféricas na literatura”). A empresa também desenvolveu projetos em outras linguagens, como o podcast “Bauru ao Pé da Letra” (que entrevistou 30 escritores e escritoras da cidade) e o audiotour Vozes do Tempo, ambos contemplados com o Programa de Estímulo à Cultura de Bauru.
Com o livro “Palavras de concreto armado – Vozes Periféricas na Literatura”, a editora o Prêmio Brasil de Design (Categoria projeto gráfico), em 2024, e o Prêmio da Cultura Popular Bauruense, em 2023. Já o romance Agosto de 96, de Diego Peraçoli, foi um dos finalistas do Prêmio ABERST 2024.
Por outro lado, a editora já publicou livros de referência nacional e internacional, como duas traduções diretas do russo para o português de livros de grande importância para a psicologia – “Atividade Consciência Personalidade”, de Aleksei Leontiev, e “Liev S. Vigotski: escritos sobre arte”, que reúne resenhas de arte produzidas pelo psicólogo russo. Os dois títulos não haviam sido publicados no Brasil. No catálogo estão ainda livros como “A virada decolonial na arte brasileira”, da pesquisadora Alessandra Simões Paiva, vencedora do Prêmio ABCA - Associação Brasileira de Críticos de Arte; livros de arte, como “Arqueologia da Criação – uma imersão no acervo-ateliê de Rossini Perez”, da curadora Sabrina Moura; e o recém-lançado “#Conectadas: feminismo negro nas redes sociais”, da pesquisadora Dulci Lima.
Para 2025, a editora já tem importantes títulos em produção, como, por exemplo, uma nova tradução do clássico “Psicologia da arte”, de Liev Vigotski, com tradução de Priscila Marques, uma das mais importantes tradutoras do russo da atualidade. Além de romances, livros de educação e de história, lançará também a Poesia Completa do poeta bauruense José Carlos Brandão, com projeto contemplado pelo Programa de Estímulo à Cultura, e uma revista de arte e cultura.
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